1 ANO A APRENDER A SER MÃE

Faz hoje um ano que soubemos que não havia volta a dar, a nossa princesa não crescia como o expectável e tinha mesmo que vir conhecer os papás 3 semanas mais cedo. Fomos para o hospital com um nervoso miudinho e um pouco ansiosos, pois íamos finalmente ter um rosto para associarmos ao amor que vínhamos criando nos últimos quase 9 meses e também porque era a hora de pôr em prática os ensinamentos teóricos que tínhamos adquirido.

 

Correu tudo bem e quando vi pela primeira vez aquele serzinho indefeso, com um ar sereno, todo vestido de rosa, nos braços do pai que não cabia em si de tanto contentamento, percebi que a minha vida tinha mudado, mudado para sempre.

Não vou dizer que os primeiros dias não foram de muitas incertezas, dúvidas, medos e algumas dores e que me agarrei com unhas e dentes à experiência e ajuda da equipa do hospital, absorvendo como uma esponja todas as indicações que nos iam dando.

Mas chegava a hora de ir para casa e tinha que ganhar coragem para ser mãe, para ser mãe sem "bengalas" e para ser a mãe certa para aquela menina.

E assim foi. Ao longo deste ano, cometi erros, tive falhas, tive dúvidas mas tomei decisões e cuidei, cuidei bem, dei muito amor, ensinei muitas coisas, partilhei todas as suas pequenas conquistas e vi crescer um amor sem explicação.

E ver aquele sorriso, ouvir aquelas gargalhadas em troca de um gesto qualquer, ver que me procura quando não me vê, perceber que quer ser embalada por mim quando tem sono, saber que me persegue por toda a casa a gatinhar só para estar comigo e saber que de vez em quando me chama mamã, faz-me encher o peito de orgulho para dizer "a minha filha", faz-me desejar ser eterna para estar presente em todos os momentos da sua vida e principalmente faz-me acreditar que descobri (e descubro todos os dias) o significado da palavra Mãe.