FRALDAS REUTILIZÁVEIS SIM OU NÃO?

Este tem sido um assunto do qual ando a refletir há algum tempo.

Quando a Sofia nasceu nem sequer pensei nessa possibilidade mas agora com a chegada de um novo membro, começo a refletir seriamente se quero ser a culpada por 2 toneladas de resíduos não recicláveis que demoram 500 anos a decompor-se (em média em 2 anos um bebé gasta uma quantidade de fraldas equivalente a uma tonelada de resíduos).

Dito isto, tenho andado a fazer uma pesquisa para perceber como funcionam e quais as vantagens, para além do impacto ambiental, e as desvantagens deste tipo de fraldas.

Começando pelos aspetos práticos:

É claro que a utilização das fraldas reutilizáveis não é tão simples como a das fraldas descartáveis, no entanto, também já não têm nada a ver com as fraldas de pano que nós usávamos quando eramos bebés. O sistema está bastante modernizado e até é bastante simples de usar, como podem ver neste vídeo.

Existem vários modelos disponíveis no mercado:

- fraldas de 2 peças, compostas por uma parte absorvente (fralda de pano) e uma parte impermeável (capa exterior);

- fraldas tudo em 1, com um funcionamento similar aos das fraldas descartáveis;

- fraldas de bolso, constituídas por um bolso interior onde são colocados um ou mais absorventes para aumentar o grau de absorção da fralda (é o modelo do vídeo);

- fraldas de treino, são fraldas cueca e são as ideais para utilizar quando se começa o desfralde.

Em relação ao impacto na saúde do bebé, está provado que as fraldas descartáveis usam demasiados químicos no seu fabrico que poderão vir a prejudiciais a longo prazo (infertilidade, doenças hepáticas e de pele, etc.). Já a curto prazo, como este tipo de fraldas absorve toda a humidade, incluindo a humidade natural do bebé, provocam maior predisposição para dermatites e eritemas da fralda.

Em contrapartida, as fraldas reutilizáveis, por serem geralmente fabricadas com fibras naturais (bambu, algodão orgânico, cânhamo, etc.), são hipoalergénicas e antifúngicas, permitindo que a pele do bebé respire, mantendo-a sempre seca.

Os custos iniciais das fraldas de pano são claramente maiores do que o das fraldas descartáveis, porque no mínimo é necessário comprar 18 fraldas para garantir um sistema eficaz de uso. No entanto, os custos posteriores resumem-se aos custos associados à sua lavagem e à compra dos papéis biodegradáveis que se colocam no interior das fraldas e que se deitam fora se estiverem sujos com cocó (no caso da fralda só ter xixi, podem ser lavados e reutilizados).

Falando de valores, o preço médio de uma fralda descartável é 0.18 euros, multiplicando por 7200 fraldas (número médio de fraldas que o bebé usa até ao desfralde), dá um investimento de 1300 euros. Já o preço de uma fralda reutilizável ronda os 18 euros o que representa um custo de 320 euros. Os especialistas apontam ainda que a poupança pode ser maior, ao usar as fraldas em 2 ou 3 irmãos.

Até aqui tudo impecável e a favor das fraldas de pano mas e a grande desvantagem?

Pois, estas fraldas dão mais trabalho e têm que ser lavadas. Para isso, é necessário ter alguns cuidados específicos:

- Antes da primeira utilização e para aumentar o nível de absorção, é necessário lavá-las 1 vez se forem de microfibra ou algodão, ou 3 a 8 vezes se forem de bambu ou cânhamo.

- É importante fechar todos os velcros para garantir que as fraldas não se colam umas às outras e desapertar as molas.

- Deve ser utilizado um detergente próprio para bebé e nunca deve ser utilizado amaciador porque diminui a capacidade de absorção dos tecidos. Em alternativa, pode-se usar, de tempos a tempos, um pouco de vinagre, para ajudar a suavizar os tecidos.

- Para as nódoas difíceis, está proibido o uso de lixivias e como alternativa pode-se usar um branqueador natural.

- O uso de secador de roupa é desaconselhado e devem ser secas ao sol.

Outra desvantagem, é que a maioria das creches ainda não aceita que se leve este tipo de fraldas.

Bem, foi isto que apurei e que dá que pensar, dá. Agora cabe a cada um tomar uma decisão.